sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Caso um dia

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   Tem uma formiguinha nas minhas costas dizendo que eu preciso deitar um pouco e sair desse computador, mas tem dez formiguinhas nas pontas dos meus dedos dizendo que eu preciso escrever um pouco sobre você...



   Maioria vence.



   Eu estou com sua foto aberta em um dos lados da tela, e fico olhando para esses seus olhos tão expressivos e me perguntando: por que logo comigo eles foram tão vagos? Por que logo comigo você foi tão idiota?
   Lembro da primeira vez que te vi como se fosse agora... Eu de sainha colorida e blusa cinza, no ponto de ônibus; você a menos de 100 metros dali com uniforme da escola, mas ainda assim era o ser mais lindo naquela avenida. Eu lembro do cheiro daquele momento,  sinto esse cheiro agora, e tento sentir também algum sinal que deve ter passado despercebido por mim naquele dia me dizendo que você não era tão perfeito quando parecia, e que eu ficaria sete meses remoendo essa história. Mas li em um livro do Paulo Coelho que escrever ajuda a esquecer, e como essa é a primeira vez que escrevo sobre você, talvez seja também a última. Até porque não tem como ser um meio termo quando se trata de nós.
   Eu achei que nós combinávamos, mesmo tom de cabelos, gosto musical, alguns amigos em comum... Mas me esqueci que nem sempre as coisas parecidas são as que mais combinam, e a famosa combinação de queijo com goiabada não me deixa mentir (e essa comparação soará muito sem nexo para qualquer outra pessoa na face da terra, mas creio  que você saberá o que quero dizer, caso um dia leia esse texto. Caso um dia).
   O universo deixa de existir enquanto eu paro mais dois minutinhos olhando pra sua foto e penso "Porque essas sombrancelhas arqueadas não puderam me amar?", e penso nas palavras que você me disse, que por sinal não foram poucas e nem feias. Disse tudo que eu queria ouvir, menos a parte principal e que eu espero até hoje: "Eu estava com saudades! Quando vou te ver de novo?".
   Lembro do nosso beijo, que você provavelmente não lembra pois estava bêbado, mas que ficou gravado em mim, sempre. Lembro do nosso abraço, do nosso outro beijo e do fim. Triste e breve, como sempre foi.
  As formigas dos dedos se acalmaram, mesmo que nem metade do que sinto tenha sido escrito, mas pelo menos agora o mundo pode saber que apesar do tempo que passou e apesar de você ignorar completamente meu status "on line" no facebook, eu ainda te quero bem, bem demais... No fim de toda essa história e olhando pra essa sua foto tão linda só posso ter duas certezas nessa vida: não é a última vez que escrevo sobre nós, e é com você que eu caso um dia.

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