sábado, 2 de junho de 2018

Jesus ride



Eu estava parada no meio da rua, já passava das três da manhã, e honestamente, eu não sentia medo. Já estava cansada de andar por tantos caminhos sozinha, sem comer nem beber nada, cansada de tentar me manter em segurança quando na verdade toda a situação apontava para um único fim: o desastre. Quando cheguei nessa conclusão, parei de andar. Desisti. Para onde eu estava indo afinal? Andar sem ter pra onde ir? Decidi esperar algo acontecer, e projetei o pior na minha mente. Um carro preto parou na minha frente em um certo momento e abriu a porta. Na hora não calculei se era seguro ou não, ou o que a pessoa que estava dentro daquele carro esperava que eu fizesse, afinal eu era uma mulher parada no meio de uma rua escura em uma madrugada fria. Mas eu entrei. 
Os bancos eram de couro e tinha cheiro de carro novo, o som estava ligado tocando o instrumental de alguma musica que eu conhecia, e a pessoa sentada ao volante tinha seu rosto encoberto parte pela escuridão da noite, parte por um chapéu, a única coisa possível de constatar era que se tratava de um homem. Mas por algum motivo doido, mais uma vez não tive medo. Dessa vez foi um medo diferente, pois enquanto eu estava na rua, não sentia medo das consequências de estar lá sozinha, mas ali dentro do carro de um desconhecido era quase como um sentimento de estar segura. 
Andamos por algumas horas sem falarmos um com o outro, eu não tinha um destino específico e não tinha vontade de perguntar ou contar nada, ele no entanto parecia saber para onde estava indo. A certa altura da viagem, abaixou o som, e começamos uma conversa. Ele me perguntou sobre diversas coisas e tive a impressão de que ele já sabia algumas respostas. Depois contou algumas histórias que me lembravam coisas que já passei,  mas ele trocou os nomes dos personagens, como se fosse pra eu ver a situação do alto e entender melhor o que se passava. 
Depois fez uma pergunta que poucas pessoas fazem, ou quando fazem não esperam a resposta verdadeira. Na verdade nem eu mesma me perguntava isso há um bom tempo, talvez desde que abandonei a inocência da infância... ele perguntou o que eu queria da vida, qual meu sonho, qual eu achava que era o proposito da minha vida, o que eu achava que havia nascido para fazer. Eu não soube responder. Afinal, eu estava de carona com um estranho sem expectativas do que viria a seguir. Eu praticamente tinha desistido da vida, como eu saberia o que esperar dela? 

E então ele me olhou bem no fundo dos olhos. Meu coração gelou e minhas bochechas esquentaram. Mas não era medo ou vergonha, era algo bom. Algo sobre aqueles olhos tão ternos e familiares... Quando Ele me olhou, pareceu entender e aceitar o fato de que eu não sabia o significado da vida, mas ali parada olhando para Ele era como se de repente eu entendesse alguma coisa mais profunda; mais profunda do que a vida ou a morte. Ele então parou o carro em uma rua iluminada que eu já conhecia, me abraçou e não precisou dizer uma só palavra, eu caí em prantos recolhida naquele abraço que parecia de pai e mãe e avó tudo misturado. E eu chorei por horas porque eu tinha tanta coisa que precisava sair do meu peito, eu chorei até não haver mais lágrimas e o rio de angústias presas dentro de mim desaguou nEle. E então Ele voltou a falar. Ele se apresentou à mim. Eu sabia, pensei. Sabia que conhecia aquela música de algum lugar, sabia que aquele olhar também significava algo maior. Eu sabia, pensei de novo, que Ele me encontraria mais uma vez. Sabia que mesmo eu havendo sido tão ingrata e deixado Ele para trás sem nem ao menos tentar me explicar, que Ele me perdoaria. Eu sabia, mas não entendi desde o começo porque eu mesma não havia me perdoado. Mas Ele olhou para o mais profundo da minha alma e me amou e perdoou antes de eu pedir perdão, antes de eu sequer pensar que estava arrependida. Quem é capaz de amar tanto assim? Quem mais me resgataria naquela escuridão e solidão ? Apenas o maior amor do mundo seria capaz disso, e ainda bem que eu aceitei embarcar nessa estrada rumo à uma nova vida... porque depois de encarar aqueles olhos e sentir aquele amor, não tem como viver como antes. E eu pude entender o meu propósito de estar viva e algo pelo qual vale a pena viver (e morrer): Ele! Agora eu penso que gostaria de ter pegado essa carona há muitos anos, mas talvez eu não estivesse pronta pra viagem. Enfim, Ele sabe de todas as coisas. 
E se você ainda não entendeu, eu não peguei carona com um estranho, eu peguei carona com Jesus. 


(Esse texto foi inspirado num fato quase real, meu pai pegou uma carona com um homem chamado Jesus, e eu achei isso incrível.) 

domingo, 29 de abril de 2018

Devaneios de quem?! (7 anos depois)

Bom, por onde começar?
Estou sentada em frente a tela desse computador, digitando timidamente, como se fosse um encontro com um ex-amor, quando você não sabe se tem que se explicar ou simplesmente falar tudo o que tem engasgado.
Na duvida, vou fazer um pouco de ambos, não quero causar ma impressão.
Eu estou ha algum tempo longe do blog, os devaneios continuam recorrentes mas a vontade de escrever simplesmente desapareceu. Na verdade ela ate apareceu algumas vezes, mas a inspiração não quis mais nem saber de mim. A prova disso e que os textos dos últimos três anos são realmente ruins. não escrevi porque meu coração queria, escrevi porque meu ego queria, mas o resultado não foi algo exatamente bom.
Na verdade, acho que a Nathalia dominou um pouco demais a situacao dos ultimos tempos, e a Dhafine nao teve muito espaco para devaneiar da mesma maneira que antes.
E nesse meio tempo eu mudei.
Na ultima temporada decente dos Devaneios da Dhafine eu era uma "adolescente" de 21 anos, solteira, cursando administração, PhD em festas e baladas, um pouco dramática em algumas situações, sonhando em ser artista ou algo do tipo.
Hoje eu sou uma adulta de 25 anos, casada, formada em administração e trabalhando na área, conheci Jesus, continuo dramática em algumas situações, mas meus sonhos agora são outros, minhas vontades, pontos de vista, objetivos, formas de alcançar esses objetivos... Enfim, os olhos daquela Dhafine de 21 anos não veem mais o que ela via, o que em partes me deixa triste, porque honestamente aquela Dhafine me fez muito mais feliz do que a Nathalia.
Mas hoje, de uma forma as vezes curiosa, estou aprendendo a ser a Nathalia Dhafine. Nao quero mais, e nao tenho mais como separar as duas. Elas brigaram dentro de mim por muito tempo mas as duas cansaram. E esse tempo cansada talvez foi o tempo que me afastei daqui. Nos duas nao sabiamos mais qual golpe dar, se eu queria ser mae ou artista de circo, se eu queria ser administradora ou cantora, eu nao sabia o que eu queria ser e o bruce buffer que mandava a luta comecar era uma certeza absoluta de que eu teria que matar uma para a outra reinar.
Hoje, eu estou buscando um equilíbrio, não quero mais lutas entre o que eu sou e o que eu sonho ser. Eu posso sim administrar e cantar, eu tenho feito isso! Eu posso também ser mãe, porque hoje eu sou mãe de um cachorro que a Dhafine de quatro anos atras jamais iria querer, e não sou artista de circo, mas faco minhas artes. Eu vivia enlouquecida atras de um amor verdadeiro que morresse por mim, que fizesse minha vida mudar e me desse arrepios e eu encontrei! Eu encontrei Jesus! Independente de qualquer amor do mundo, o dEle por mim jamais terá fim! Eu nunca tive certeza de nada na vida, e continuo não tendo sobre muitas coisas, mas sobre Ele eu tenho, e isso me traz paz. 
Então o que eu quero dizer com tudo isso e que eu amo escrever e quero voltar, mas meus assuntos serão outros, eu sempre escrevi sobre mim, não consigo (ainda) escrever ficção, era minha vida em cada um dos textos. Agora provavelmente escreverei sobre viagens, opiniões, gastronomia, casamento, fé, sobre minha busca por mim e sobre esse louco e adorável mundo da Nathalia Dhafine do qual estou aprendendo a gostar a cada dia! Se você, assim como eu, tinha uma paixão platônica pelo mundo da Dhafine, eu vim aqui para me despedir e dizer muito obrigada por me acompanhar naquela jornada, mas agora uma nova e incrível esta para começar, e caso você queira me acompanhar de novo, só posso te dizer uma coisa... Seja bem vindo!

Sugestão de leitura: meu primeiro texto do blog, que foi a descrição do mesmo, escrito sete anos atras. 


terça-feira, 25 de julho de 2017

Change your mind, change your life

Sempre tive uma paixão por roda gigante. Embora tivesse MUITO medo de altura, no fim das contas estar lá em cima valia o frio na barriga. 
Acho que a vida é assim, uma roda gigante de mudanças que acontecem na gente de dentro pra fora, de diversas formas e por diversos motivos. 
No mês passado entrei na fila de uma: ganhei um cachorro no dia dos namorados. Ele ainda estava mamando então só viria pra casa dentro de 20 dias. Começou a ansiedade de subir na roda gigante, uma mistura de ruim com bom e aquele embrulho no estômago. Nunca fui fã de cachorro, meu negócio é com gato. Eu amo gatos, e depois que dois pastores alemães brincaram com minha siamesa até ela perder a vida, eu perdi mais Ainda o encanto pela espécie. E aí, do nada, me vejo dona de um cachorro. Fiquei brava, chorei, fique preocupada com os gastos, com todo o trabalho e responsabilidade que ele traria, mas não tinha mais como sair da fila, era dali pra frente. 
Então na semana passada eu subi na roda gigante, finalmente conheci o cachorro e ele já podia vir pra casa. E foi a coisa mais louca da vida, olhei pra cara dele e foi como sentar e começar a subir lentamente em um círculo imenso e colorido... me apaixonei de cara. Eu convivo com cachorros no local onde moro, meus sogros tem cachorro, meus pais, vários amigos... mas nunca senti algo assim, talvez nem por gatos. 
De lá até agora tem sido como se a London Eye tivesse parado com o meu assento no ponto mais alto, o motivo pelo qual a gente sobe nas rodas gigantes. Ele tem a cada dia mais me cativado, me encantado.. quando estou na cozinha fazendo o jantar ele deita nos meus pés e fica comigo enquanto corto os temperos, carnes e legumes. Quando eu acordo, ao abrir a porta do quarto ele  escuta o barulho e já fica de pé com as duas patinhas no primeiro degrau da escada esperando a gente descer pra dar bom dia. Ele não me deixa mais sozinha, e às vezes me olha como se quisesse me dizer alguma coisa. 
O fato é que quando eu soube que ganharia o cachorro eu pirei, e poderia ter pirado mais e feito meu marido devolve-lo. Mas mesmo um pouco a contragosto eu pensei, ok, vamos ver no que vai dar. 
E o que deu foi que eu mudei algo que estava enraizado na minha mente há anos, que eu detestava cachorros. Eu não detestava cachorros, eu detestava o que alguns cachorros já tinham me feito sentir, como medo, tristeza e perda. E eu poderia passar o resto da minha vida achando que realmente sinto isso, e não viver o que estou vivendo nesses últimos dias, que é um amor bem apaixonado sabe ? Bem de amor mesmo, uma coisa bem doida que me dá quando ele senta do meu lado enquanto eu cozinho e me olha como se dissesse " eu já te amo também mamãe". 
Tem trabalho, tem gastos, tem responsabilidades e tudo aquilo que me deu medo no começo. Mas o sentimento que ele me traz faz valer a pena tudo isso.
Um viva pras rodas gigantes da vida ! 


Raça: Chow-chow 
Nome: Zion 
Nascimento: 25/05/17. 


Post em comemoração aos seis anos do blog! 🎉 

domingo, 25 de junho de 2017

É preciso intervir

   Nos últimos meses todos os cidadãos brasileiros foram telespectadores da desapropriação da antiga cracolândia, localizada na região central de São Paulo. Com uma forte e expressiva ação policial no local todos os dependentes químicos foram obrigados a abandonar sua zona de conforto e procurarem novos locais para se abrigarem, que acabaram por ser ruas próximas do antigo local. 
   Muitos questionamentos foram levantados acerca de toda essa situação, pois, como dizem popularmente, descobrir um santo para cobrir outro não é algo eficaz. Tirar os dependentes de um local para que eles se alojem a 500 metros dali não é a intenção da Prefeitura e nem da policia. A intenção é erradicar o problema e solucionar essa situação. Uma das soluções apresentadas pela Prefeitura de São Paulo é a internação compulsória dos dependentes químicos.
    Partindo da premissa de que um ser humano que está inconsciente é incapaz de tomar decisões sozinho, a internação compulsória é uma das poucas alternativas que pode de fato solucionar o problema, ou pelo menos parte dele. Como a própria palavra já diz, os dependentes químicos estão dependentes daquelas substancias para terem breves momentos de prazer enquanto vivem uma vida medíocre, longe de qualquer condição de saúde e higiene. Eles não se importam mais com suas próprias vidas, seu livre arbítrio esta comprometido pois tudo se trata de conseguir mais drogas. Caso sejam questionados se querem mudar de vida, perante a atual dependência, as chances de aceitarem a internação são praticamente nulas. 
    De fato alguém precisa intervir. Claro que internações voluntarias são mais prazerosas e tem resultados mais satisfatórios, mas estamos falando de uma situação atípica e que precisa de uma solução eficaz, para o bem não apenas dos atuais dependentes químicos mas também de toda a população. 


(texto feito para enviar ao Banco de redações Uol, onde eles sugerem um tema a cada quinzena e corrigem algumas das redações recebidas. Na época do colegial minha tarefa predileta era escrever redação, então estou meio enferrujada mas quero voltar a escrever sobre assuntos diversos.)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Extra! Extra! Noticia urgente que pode mudar sua vida!

    Tenho passado por tantas coisas ultimamente, esse ano de 2017 já começou de uma forma louca e tudo foi acontecendo de forma rápida e inesperada, mas nem todas as coisas foram boas. 
    Porem em todas as situações, boas e ruins, eu tinha uma certeza. Tinha certeza de que não estava sozinha, de que as coisas iriam se solucionar ou tomar o rumo que deveriam tomar, mesmo que não fosse exatamente o rumo que eu gostaria. E mesmo quando as coisas não se solucionavam, eu tinha uma certeza: isso faz parte do processo. 
    Essa certeza não estava em mim, no meu marido, no meu trabalho, nas minhas finanças, nas nossas famílias... A certeza que fez com que eu não pirasse em meio as tempestades tem nome, e alias, tem o nome sobre todo nome: Jesus. 
    E esse texto não é pra falar das minhas experiencias apenas, mas acima de tudo para que outras pessoas possam conhecer esse Jesus tão maravilhoso que vem sendo apresentado à mim dia após dia, de diversas formas diferentes. Vamos lá então...
    Eu passei por uma situação no começo do ano em que tive que praticar o perdão de uma forma interna. Ninguém sabia que eu precisava perdoar, mas eu precisava, ainda preciso na verdade. Uma grande parte do caminho já foi percorrida mas sem um bom exemplo de perdão eu não teria sido capaz de sair do lugar, talvez eu nem estivesse aqui escrevendo esse texto se não tivesse conseguido entender que preciso perdoar até mesmo quem não me pede perdão. Se alguém te bater em um dos lados do rosto, ofereça também o outro lado (Mt 5:38-42), se alguém te persegue, em troca AME. Se alguém te ofendeu, em troca AME. Se alguém te machucou, perdoe e AME. Porque nós erramos todos os dias e Cristo em seu imenso amor nos perdoa. Quem somos nós para não perdoar? As pessoas estão perdidas e precisam de amor. Mas eu jamais conseguiria oferecer a outra face se não me lembrasse do que Cristo fez por mim, por nós... de como Ele foi humilhado, julgado, ferido e em seus últimos momentos ainda foi capaz de pedir que o Pai perdoasse à todos que o feriram. Eu jamais conseguirei ser como Cristo, mas a maior prova de amor que posso dar para Ele é tentar todos os dias...
    Em abril eu me casei, e na noite anterior ao casamento choveu MUITO, uma chuva torrencial. Eu precisava arrumar algumas coisas na igreja e nem ao menos consegui porque a chuva estragaria tudo. Mas naquele mesmo dia mais cedo a minha pastora fez uma oração comigo que inundou meu coração de uma paz que excede todo o entendimento (Filipenses 4:7), e eu sabia que as coisas aconteceriam como tivessem que acontecer. Nosso sonho sempre foi casar na praia, estava tudo esquematizado para uma cerimonia ao ar livre, tive sim muita preocupação de como realocar tudo, mas em momento algum murmurei. A paz que estava dentro de mim me fez entender mais ainda que o coração do homem faz planos, mas que a última palavra vem do Senhor (Pv 16:1-3). No outro dia pela manhã enquanto eu me arrumava e me maquiava, caía uma garoa constante...´´Chuva de graça..´´ eu pensava, mas o mesmo sentimento de paz permanecia e eu não reclamei, não chorei, não me desesperei. Só o nervosismo normal de noiva, mas com relação ao tempo eu descansei no Senhor, porque o que eu poderia fazerNão tenho poder de mudar o tempo, e enlouquecer por causa disso não traria sol, e o único que podia mudar o tempo já estava cuidando de tudo então era apenas ter fé que tudo daria certo. E deu. Na hora da cerimonia e durante todo o almoço fez um sol que eu nem consigo descrever em palavras, o mar estava num misto de tons de azul e verde, o céu estava num azul claro lindo de chorar, praticamente não tinha nuvens, e as que tinham pareciam que eram parte da decoração. Durante toda a cerimonia eu olhava pro mar e pro céu e só conseguia pensar: obrigada meu Pai, obrigada Jesus, obrigada por fazer infinitamente mais do que pensamos, sonhamos ou imaginamos (Ef 3:20). Enquanto me arrumava eu pensava em oração que podia pelo menos estar nublado na hora da cerimonia, mesmo que depois caísse um diluvio. Eu pedi um céu cinza e frio, e ganhei um dia de verão em pleno outono de presente do meu Paizinho tão amoroso e carinhoso. Deus cuidou de cada detalhe do meu casamento, desde quando eu pirei com os preparativos até a nossa noite de nupcias. Mesmo sendo pecadores e falhos, Ele nos ama tanto que realizou todos os nossos sonhos. 
    Utilizei essas duas situações como exemplo para que vocês conheçam um pouco do que Deus tem feito por mim: em um caso Ele não mudou a situação, pois quem precisa mudar sou eu; no outro caso Ele mudou a situação, e consequentemente eu mudei também. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam à Deus (Romanos 8:28). De qualquer maneira minha fé tem sempre aumentado a cada prova e a cada vitória... Eu não consigo imaginar como algumas pessoas ainda vivem sem conhecer esse amor, essa felicidade, essa fidelidade, essa certeza! Por isso, quero apresentar à vocês esse Jesus, esse Deus maravilhoso que não esta em placas de igrejas, que não é religioso, que não vai te julgar (mesmo sendo o único que pode fazer isso), que te ama incondicionalmente, e esta apenas esperando te ouvir dizer o nome dEle e o convidar para entrar em seu coração! Esse é Jesus! Nunca é tarde, deixe Ele entrar... 


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Transição - o que você não sabia sobre ela.

  

Resultado de imagem para transição capilar tumblr

    Em setembro desse ano sera meu primeiro aniversario de transição capilar. 
   Esse texto não e sobre dicas de cuidados com o cabelo ou técnicas de finalização, mas sim sobre o que me levou ate isso.
   Comecei a alisar o cabelo em 2009 se não me engano, com 16 anos, por um motivo bem simples: eu me sentia extremamente feia. Eu pesava 45kg, não era uma pessoa vaidosa ou que me importava com imagem, e tinha um cabelo cacheado e volumoso que por não ser vaidosa eu não cuidava, apenas driblava de vez em quando com chapinha, mas quando não o fazia estava tudo ok, sem drama nem sofrimento.
   Porem naquele ano conheci algumas pessoas (nem todas eram minhas amigas), e por muitas vezes ouvi comentários maldosos a respeito da minha aparência (e nem todas eram minhas inimigas), e isso foi criando em mim uma raiz de rejeição, claro que eu não sabia disso na época, mas no fim das contas virei inimiga da imag que refletia no espelho. Ela era na verdade meu pior pesadelo. Devido a problemas no estomago (que tenho ate hoje) eu não conseguia engordar, então os 45kg eu não conseguia mudar, mas o cabelo eu conseguia, e isso amenizava um pouco a dor de não ser quem eu gostaria de ser, ou quem os outros gostariam que eu fosse. Virei escrava da chapinha por um bom tempo, acordava cinco ou as vezes quatro e meia da manha para alisar o cabelo antes de ir pra escola, mas muitas vezes ele não ficava exatamente bom, o que levava a mais comentários que me machucavam. A solução que encontrei para esse problema foi: alisamento definitivo.
Então comecei uma nova saga: em busca da progressiva perfeita. Hoje em dia eu filosofo que  durante os procedimentos da progressiva meus olhos não enchiam de lagrimas apenas porque o produto era extremamente forte, mas porque eu não era, e isso era extremamente triste. Fiz diversos tipos de alisamentos, quando um fio da franja começava a sair do lugar eu pirava e começava a arrumar com a chapinha, porque na verdade eu não queria arrumar o cabelo, eu queria arrumar quem eu era, queria que as pessoas não dessem risada de mim, queria me sentir bonita, mas deixar de ser quem eu era não ia solucionar essa crise existencial, mas eu só descobriria isso anos depois...


   Agora estamos no ano de 2014, não estou mais no ensino médio, já sou uma adulta e estou no ultimo ano de faculdade, ainda alisando o cabelo. Nesse ano tive aula com uma professora que estava gravida, e ela alisava o cabelo, porem nos primeiros meses de gravidez não pode usar química, e em algumas aulas ela ia com o cabelo bem bagunçado, porque estava crescendo e não tinha o que fazer, Eu vi aquilo e pensei que se eu ficasse gravida e com o cabelo daquele jeito eu ia ficar muito triste, porque pra mim a aparência era tudo, mas foi o momento em que senti no meu coração que deveria parar de alisar o cabelo, pela primeira vez em anos.
   Claro que não parei né, todo mundo que faz alisamento sabe que chega uma hora em você vira escrava da progressiva, seu cabelo fica cada vez mais dependente e você também. E então chegou o momento em que comecei a me sentir numa escravidão mesmo, não era mais algo que me fazia feliz. Obvio que era inimaginável parar de alisar mas ao mesmo tempo não dava mais para fugir do fato de que meu coração pedia para largar esse vicio.


   Em 2015 fiz minha ultima progressiva e depois comecei a fazer apenas selagens, que teoricamente e algo mais fraco. Fiz duas selagens em 2016 mas a ultima foi em setembro do ano passado. Foi um caos, eu estava no salão e a luz acabou, não tinha mais como tirar o produto do cabelo, então passei a noite com o produto, um cheiro extremante forte e dormir com química no couro cabeludo não e legal. Mas pra minha surpresa a selagem mesmo assim não pegou direito. 
   Depois de passar por tudo isso eu pensei: chega. Chega de ser escrava do meu cabelo. Nao quero mais isso pra mim, quero ser eu, quero meu cabelo de volta, quero o que deixei que roubassem de mim: meu amor próprio, meu amor por quem eu sou. Eu estava farta de viver refém dessa ditadura da aparência perfeita.
   De la pra cá (oito meses) foi complicado. Sou bem realista com minha situação atual: meu cabelo não esta bonito e eu ainda tenho um longo caminho pela frente. Minha mãe e meu marido vivem falando que eu deveria alisar, ate se oferecem para pagar as químicas hahah, da pra ver o quanto eles querem me ver lisa, eles deixam bem claro que preferem cabelo liso, mas olha que demais: pela primeira vez em anos eu estou feliz com quem eu sou, ou quem me tornei. Nao vou alisar porque eu quero que as pessoa me achem bonita por quem eu sou por dentro, e de dentro de mim saem cachos! Se fosse ha alguns anos eu estaria bem neurótica e já teria alisado faz tempo, mas eu descobri quem eu sou, agora eu tenho uma identidade, e gostem ou não, essa sou eu, me descobrindo a cada manha (inclusive, com o cabelo beeem bagunçado haha)

   E você, por quais transições já passou na vida?
Se esta em transição capilar ou em qualquer outra, eu te digo, não desista! o premio de chegar no final e saber quem você realmente  é por dentro e por fora com certeza valerá a pena. Porque de uma coisa eu tenho certeza, perto das mudanças internas que estão acontecendo em mim a mudança do cabelo vai parecer até pequena. 


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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Um dia

       


Um dia você vai estar sentado na praia ou num restaurante e vai olhar pras pessoas ao seu redor mas só vai conseguir pensar em uma coisa: em mim. 
Um dia a rádio vai Sintonizar naquela música que eu adorava cantar e você vai pensar onde será que eu canto agora. 
Isso e muito mais vai acontecer. Não hoje, amanhã talvez, ou um dia. Talvez não seja sempre assim, e nem seja assim pra sempre, mas eu sei que pelo menos um dia da sua vida você vai pintar nosso futuro e vai pensar como teria sido, como seria se eu ainda estivesse ali aguentando viver aprisionada no seu mundo. Eu não espero que você se sinta assim agora, mas você vai lembrar do jeito que minha franja caía na frente dos olhos enquanto eu cozinhava e vai procurar pessoas que tenham a mesma opinião que eu sobre certos assuntos, e enquanto subir a rua da sua casa vai olhar pra'quela praça vazia e pensar "ela estava certa, devia ter um pipoqueiro aqui" e talvez um dia até tenha e você vai comprar uma pipoca média com queijo por R$5,00 mas quer saber ? Não vai ter gosto de nada, porque o gosto da pipoca era pra ser eu. Um dia vc vai olhar pras suas meias pretas e lembrar que eu as odiava e vai guardar mesmo sem usá-las  só pra não me dar o gostinho, mesmo que eu já não veja você usando elas. E o tempo vai passar e eu vou encontrar outra pessoa e você também vai porque no fim das contas não somos tão ruins assim, mas pra sempre, até o fim dos tempos, vai ter um pouco de você em mim, e vai ter um pouco de mim em você. Bom, talvez não até o final dos tempos, mas nem que seja só por um dia ... um dia. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016