Você tenta fazer cara de descaso quando falam dele e geralmente consegue, mas ao virar as costas seus olhos estão marejados por mais que você repita para si "Eu não dou a mínima". Você dá sim, não só a mínima como também a máxima, e isso te machuca. Machuca porque você escreveu um livro com crônicas que relatam como foi o amor de vocês enquanto ele já está escrevendo uma outra história. Dói porque talvez, se um dia seu livro for publicado, ele passe em frente a livraria e nem perceba que a autora é você e compre a história de amor mais triste do mundo para presentar sua atual musa. Dói porque acabou.
As coisas seriam mais fáceis se realmente não nos importássemos, se realmente não fizesse diferença a boca que se beija ou pra qual sorriso estamos olhando, mas faz diferença demais, porque a cada vez que você lembra do sorriso dele seu coração aperta e a sensação é de que não há mais céu nem terra e de que você não vai aguentar, mas essa sensação já faz parte da sua rotina ha algum tempo, então você vai aguentar sim.
E toda noite quando coloca a cabeça no travesseiro revive aqueles três anos de história e procura onde foi que tudo começou a dar errado, e isso toma conta de suas noites... Tem pesadelos constantes com a sua volta e sonha dia após dia com a sensação de tê-lo esquecido de vez.
Talvez um dia isso passe porque você tem menos de vinte anos e esse pode não ser o amor da sua vida, mas se for, acostume-se, pois eu já aprendi que ninuém NUNCA fica com o grande amor da vida, com vocês dois não seria diferente.
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